Agências de modelos serão investigadas
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, presidida pelo Senador Magno Malta (PR-ES), apresentou a relatório final sobre o trabalho investigativo desenvolvido pela Comissão durante quase três anos nos estados de Goiás, Roraima, Pará, São Paulo, Espírito Santo, Piauí, Amazonas, Bahia e Alagoas.
O relatório de 1.995 páginas relaciona casos de pedofilia e ações desenvolvidas pela polícia nos nove estados que a CPI esteve presente, analisando inclusive casos de crimes sexuais praticados pela internet.
De acordo com o senador Demóstenes Torres (Dem-GO), políticos, religiosos e magistrados são apontados no relatório como suspeitos pela prática dos crimes investigados pela Comissão.
As investigações no Amazonas aponta o envolvimento de politicos de Coari,empresários e das agências de modelos de Manaus. O relator pede que o caso continue sendo investigado pela Polícia Federal.
Suspeitos não serão indiciados pela CPI
O senador Magno Malta informou que os suspeitos pelos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes apontados no relatório final não serão indiciados pela CPI porque os envolvidos, durante o desenrolar das investigações, acabaram confessando ligação com os casos, o que resultou no indiciamento judicial automático, resultando inclusive na prisão de alguns deles, como no caso do Monsenhor Luiz Marques Barbosa de Arapiraca, flagrado praticando sexo com um ex-coroinha de sua paróquia.
O relatório menciona ainda casos de grande repercussão e comoção nacional, crimes que chocaram a população devido à forma cruel e desumana como foram praticados. Um desses casos é o do assassinato dos seis jovens de Luziânia, cidade de Goiás, localizada a cerca de 50 km de Brasília. O acusado já havia sido condenado a 14 anos de prisão pela prática do crime de estupro, e estava no regime semi-aberto quanto cometeu o crime.
“Conclui-se, assim, que o componente sexual foi o principal motivo das ações. Isso demonstra cabalmente que a pedofilia pode produzir atentados não só à liberdade e dignidade sexual de crianças e adolescentes, como também levá-las ao extermínio físico”, diz trecho do relatório.
Pará registra crimes sexuais em todos os municípios do estado
O estado do Pará apresentou números alarmantes quanto a prática de pedofilia. De acordo com o relatório final da CPI, todos os 143 municípios do estado registraram crimes sexuais à crianças e adolescentes.
De 2004 a 2008, foram registrados 3.558 casos de pedofilia no estado, sendo 3.057 contra meninas e 501 contra meninos. Desse total, 688 crimes aconteceram com crianças com menos de cinco anos de idade, segundo a CPI.
Integram a lista dos suspeitos pelos crimes sexuais no estado diversas autoridades, como prefeitos, deputados, conselheiros de tribunais de contas e até conselheiros tutelares que deveriam ter o papel de zelar e promover a cidadania das crianças e adolescentes.
FONTE: Blog do Holanda
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